Fernanda Aguilar formou-se em Relações Internacionais no ano de 2006. Com mestrados no Instituto de Barcelona de Estudos Internacionais e na Faculdade de Saúde Pública da USP, ela se prepara para o doutorado. Leia a seguir seu relato e os caminhos que a levaram à área de pesquisa em Saúde Global.
Ingressei no curso de RI em 2003, e logo me envolvi no Grupo de Estudos da América Latina (GEAL), na gestão do Centro Acadêmico (CARI) e em simulações da ONU, atividades que ajudaram na minha familiarização com o ambiente da PUC e na constituição de queridas amizades.
Em 2004 fiz um curso de espanhol em Buenos Aires que na época tinha o apoio institucional da PUC. Ele me auxiliou na decisão de tentar uma vaga de intercâmbio com a Universidad del Salvaldor (USAL). Em 2005 fui aprovada, e na Argentina tive acesso a uma ampla literatura voltada à política internacional latino-americana.
Também em 2005 estagiei no programa MONU-EM do Colégio Bandeirantes, projeto no qual fiquei até minha formatura em 2006. Nele era responsável por lecionar a alunos do ensino médio temas básicos de RI, e foi nessa atividade que percebi como aprecio lecionar. Em 2006 comecei outro estágio, concomitante ao MONU-EM, na Associação da ONU do Brasil – ANUBRA, para trabalhar no projeto Global Classrooms, uma simulação da ONU para alunos de escolas públicas de São Paulo. O projeto era realizado em parceria com a Associação da ONU dos Estados Unidos – UNA/USA, e nele eu deveria desde revisar traduções a lecionar inglês para alunos de escolas públicas.
Os dois estágios e as simulações da ONU fizeram com que eu entrasse em contato com problemas relacionados a Missões de Paz da ONU, em especial no que concernem violações dos direitos humanos. No TCC, tive oportunidade de pesquisar violações sexuais nas Operações de Paz da ONU, tema que começou a me demonstrar a ligação entre saúde e RI.
Em 2007, parti para um novo desafio: havia sido aprovada para fazer mestrado no Instituto de Barcelona de Estudos Internacionais – IBEI -, instituição espanhola conformada pela Universidade Pompeu Fabra, Universidade de Barcelona e Universidade Autônoma de Barcelona. Além da oportunidade de ter aula com professores renomados como Fred Halliday e Esther Barbé, pude aprofundar meus estudos na relação entre segurança internacional e saúde.
Quando obtive meu mestrado, em 2009, percebi que tinha uma deficiência considerável em conhecimentos na área de saúde, o que me fez procurar a Faculdade de Saúde Pública da USP. Decidi fazer outro mestrado em 2010, agora em Práticas de Saúde Pública – Saúde Global, o que foi bastante desafiador pois tive aulas de matérias muito diferentes do que estava acostumada, como Epidemiologia.
Considero ter tido sorte, porque a área de pesquisa em Saúde Global cresce no Brasil, contudo há poucos bacharéis em RI trabalhando com o tema e há forte demanda pelo nosso conhecimento teórico, sobretudo depois que o Brasil posicionou saúde como tema importante em nossa política externa. Defendo o mestrado no fim do mês que vem, e já me preparo para tentar o doutorado. O conhecimento que acumulei na PUC utilizo até hoje, e a análise crítica que aprendi a fazer ainda na graduação demonstra-se fundamental para que eu possa realizar minhas pesquisas.
28/05/2012
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