A seguir, o relato de Eduardo Moretti, graduado em Relações Internacionais em 2006. Depois de um mestrado no programa San Tiago Dantas, ele entrou no corpo diplomático brasileiro. Seu e-mail é eduardo.moretti84@gmail.com.
Em 2003, ingressei no curso de Relações Internacionais da PUC-SP e no de Economia da Unicamp. Após cursar duas semanas cada um, optei por seguir a carreira de internacionalista, motivado, sobretudo, pelas aulas de política e sociologia oferecidas pela grade da PUC.
Durante os anos de estudos na Pontifícia, aproveitei muitos dos aspectos que fazem parte de uma vida universitária. Tive a oportunidade de participar do Centro Acadêmico em diversas gestões, quando pude conhecer pessoas de diferentes cursos e anos, compartilhando e aprendendo outras concepções de idéias e de política. Nossa classe formou um time de futebol para o Inter-RI, contribuindo para a rivalidade inter-classes, mas sempre acabando em vários copos de cervejas e no reforço da amizade. Estivemos presentes também nos JOPRI, criando laços com os colegas das outras faculdades. Ao longo desses anos, fiz amigos com os quais tenho contato até hoje, passados mais de 5 anos de formado.
No primeiro semestre de 2006, tive a chance de estudar por 6 meses na Sciences Po, em Paris, experiência esta que recomendo fortemente. Na França, cursei disciplinas sobre história da Alemanha, desenvolvimento econômico e análise de conflitos, além de inglês e francês. Entrei em contato com a metodologia francesa de ensino e pude desenvolver meus conhecimentos da língua francesa, o que mais tarde influenciaria na minha carreira profissional, como contarei em breve. Esta experiência auxilia-nos a enfrentar o desafio de fazer provas, apresentar trabalhos e de viver em um país cuja língua não dominamos, o que nos faz amadurecer e nos ajuda a vencer obstáculos futuros.
Ao cursar a disciplina de análise de conflitos, interessei-me pelo tema e, quando retornei ao Brasil, decidi, com o incentivo e a ajuda da Professora Flávia de Campos e do Professor Reginaldo Nasser, fazer um projeto de mestrado sobre peacebuilding operations. Em 2007, ingressei no programa San Tiago Dantas, defendendo, em 2009, dissertação sobre operações de paz em Angola. Ao longo do mestrado, iniciei preparação para prestar concurso para a carreira diplomática. Várias das disciplinas e reflexões feitas durante a graduação e o mestrado ajudaram-me durante as provas do concurso.
Passei o ano de 2009 dedicando-me exclusivamente ao exame, usufruindo da estrutura da PUC-SP. Na biblioteca, encontrei quase todos os livros de que precisei para preparar-me para o concurso. Fiz aulas particulares e, quando estava na última fase, matriculei-me em um cursinho. A disciplina que fez a diferença para o ingresso na carreira diplomática foi justamente o francês. Utilizei na prova expressões e termos que aprendi durante os 6 meses de intercâmbio. Quando saiu o resultado, lembrei-me dos conselhos dados pelo professor Reginaldo antes de partir para a França: “o que você vai aprender na França te ajudará futuramente no concurso”.
Hoje, trabalhando no MRE, deparo-me na prática com conceitos e análises feitas nos anos de faculdade. As reflexões que desenvolvemos durante as aulas na PUC, há mais de 5 anos, continuam fundamentais para meu desempenho no trabalho no Ministério, o que reflete a particularidade do curso de preparar-nos para a vida e desenvolvermos a capacidade de aprender a aprender.
Eduardo Moretti, 07/03/2012
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