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Semana de RI: Relato do debate sobre a tática Black Bloc


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Debate sobre a tática black bloc na XII Semana de Relações Internacionais da PUC-SP: “Marcos das Relações Internacionais: Soberania e Justiça na Configuração Global Contemporânea”, organizada pelo Centro Acadêmico de Relações Internacionais Barão do Rio Branco

Com mesa composta pelos professores da casa: Pedro Fassoni, Doutor em ciência política e professor do curso de Relações Internacionais e pelo professor Acácio Augusto, do departamento de Ciências Socias e pesquisador do Nu-Sol, núcleo de Sociabilidade Libertária; além do Prof. Pablo Ortellado, professor da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades) ocorreu na tarde desta terça-feira, 09/09, uma roda de conversa aberta sobre a tática Black Bloc.

A discursão foi iniciada com a volta as origens da tática, que surgiu no seio do movimento social alemão, na década de 80, mais precisamente no movimento ecológico e antinuclear. O chamado bloco negro se propunha a fazer a segurança das manifestações, para evitar a infiltração de agentes provocadores e a repressão policial. Mais tarde na década de 90, nos EUA, a tática evoluiu para um meio de ação direta mais intensa.

Havia no país um descrédito com a desobediência civil não violenta, que foi exitosa na conquista dos direitos civis do movimento negro, porém parecia não ser mais suficientemente efetiva para combater o movimento de globalização crescente. É nesse contexto que a tática passa a ser adotada não somente para a proteção dos atos, mas também para ações simbólicas e teatrais de destruição de símbolos pré-selecionados.

Durante o debate argumentou-se que os ataques à símbolos praticados por adeptos da tática não podem ser considerados como atos de violência, partindo do pressuposto que objetos não sofrem violência. No Brasil, apesar da utilização da tática no início da década de 2000, foi nas Jornadas de Junho que ela ficou conhecida e se difundiu, e uma das consequências para tal foi a extrema violência policial para reprimir os movimentos sociais que tomaram as ruas das principais capitais.

Durante as 3 horas de debate os estudantes e os membros da mesa discutiram sobre o papel da mídia na cobertura e formação de opinião pública sobre os atos; sobre uma crescente insatisfação da população para com os partidos políticos e a incapacidade destes de atender as demandas dessa e sobre a polêmica causada pela adoção da estratégia black bloc como forma de manifestação política, visto que ela foi criticado por setores ditos de direita, caso do intelectual Demétrio Magnoli e ditos de esquerda, tal qual a Marilena Chauí.

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