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Relato de seminário: “30 anos de redemocratização da argentina” Palestrante Klaus Bodemer

Writer: PET-RI PUC-SPPET-RI PUC-SP

No último dia 9/10/2014, na USP, o palestrante Klaus Bodemer, discorreu sobre os 30 anos de redemocratização da Argentina. Bodemer é pesquisador do Institute of Latin American Studies – GIGA Hamburg, o pesquisador lecionou muito tempo na Argentina e também pesquisa no Brasil.

A Argentina, assim como o Brasil e a maioria dos países latino americanos, viveu seus anos de chumbo. No último período do governo dos militares (1976 a 1983) o país viu as políticas neoliberais fracassarem e seus jovens morrerem na Guerra das Malvinas. Após esse conturbado período de torturas e assassinatos, o primeiro civil que assumi a presidência foi Raul Alfonsín, o responsável pela reconstrução do Estado argentino e pelo começo da redemocratização do país.

Em 1993 Alfonsín e seu sucessor  Carlos Menem assinaram o pacto de Olivos, que reformou a constituição argentina, permitindo a reeleição presidencial e dando mais autonomia para as províncias. Menem estava disposto a recuperar a economia argentina e acelerar o crescimento, para tanto, ele seguiu à risca as orientações do Consenso de Washington e adotou a paridade do peso com o dólar. O contexto internacional favoreceu o crescimento da Argentina e, logo após as medidas neoliberais adotadas por Menem, a economia chegou a atingir um nível de 7% de crescimento econômico. Entretanto em 1995 veio a crise e com ela a queda da credibilidade do governo, envolvido em inúmeros casos de corrupção.

A crise econômica após a implementação das medidas do consenso de Washington causou grandes distúrbios no país. O FMI, que enaltecia o país como exemplo por suas políticas econômicas neoliberais, nega ao país um empréstimo. Ocorre no país uma onda de manifestações e saques, as instituições financeiras faziam ameaças constantes sobre as consequências do calote. A inflação e a pobreza aumentam e, entre 1999 e 2003, o país tem cinco presidentes. Somente com Eduardo Duhalde é que a economia melhora parcialmente, com a participação ativa do Ministro da Economia Roberto Lavagna.

Em 2003 é eleito Néstor Kirchner, que mantém Lavagna como ministro. Kirchner começa a implementar medidas de reforma política, econômica e militar. O sistema tributário é reformulado, causando a irritação do setor agrário, pois as taxas para exportação crescem muito. Políticas sociais também são adotadas, porém há uma falha na reforma das instituições. Após a morte de Nestor em 2010, Cristina, sua esposa, vence as eleições.

Ela herda e ampla os êxitos do governo de Nestor. A economia e o consumo interno crescem e há a diminuição da pobreza. Depois de um período político conturbado, com ameaças de golpe, o modelo republicano se consolida, medidas que desagradaram as elites do país e a grande mídia (Clarin, La Nación) são notórias. Para não falar do aumento da inflação; a baixa produção, e a fuga de capitais fizeram a oposição ganhar força.

Bodemer, na sua fala, se propôs a fazer uma reconstrução politico-economico do período do fim da ditadura militar até o começo do governo Kirchner. A Argentina, apesar de possuir recursos naturais consideráveis, vive sendo assolado por crises cíclicas, que são, em parte,  catalisadas pelas medidas neoliberais implementadas no país desde a época da junta militar e durante os anos 90.

 
 
 

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