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PERFIL DOS ESTÁGIOS DOS ESTUDANTES DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA PUC-SP

No ano de 2014, o Programa de Educação Tutorial da PUC-SP (PET-RI) realizou uma pesquisa sobre os estágios no curso de Relações Internacionais. Ao todo foram pesquisados os 165 contratos de estágio então vigentes.[1] O intuito desta investigação foi fornecer um panorama sobre os estágios de Relações Internacionais realizados pelos estudantes do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, bem como investigar quais têm sido as habilidades e competências solicitadas destes/destas estudantes pelo mercado de trabalho.

Apesar do estágio no curso de Relações Internacionais não ser obrigatório, ou seja, não constar como uma obrigação curricular para a obtenção do diploma, existem estímulos constantes da coordenação do curso para que ele seja realizado, dado o reconhecimento da sua importância para a formação pluralista, humanista e para a inserção social prevista pela PUC-SP como Universidade comunitária. Para tanto, são realizados workshops com estagiários e ex-alunos do curso, vagas de estágio são enviadas regularmente pelo mailing do Observatório de Relações Internacionais (ORI), palestras com profissionais são realizadas nas semanas de recepção aos calouros e até mesmo programas de TV, tais como o Desafio Profissão, promovido pela TV-PUC. Por conta disso, muitos estudantes do curso realizam, realizaram ou realizarão estágios.

Avaliamos que existem três principais aspectos motivadores para os estudantes realizarem estágios. O primeiro é o interesse em mapear as possibilidades profissionais que a área proporciona. Por ser um curso de formação e não de especialização técnica, o bacharel em Relações Internacionais encontra uma grande diversidade de opções de trabalho, tanto no setor público, quando no privado e no terceiro setor. Nesta diversidade, é necessário ao estudante fazer testes, ter contato com o dia a dia das atividades profissionais que pretende realizar, verificar as dificuldades e as possibilidades de aplicar conteúdos da área de Relações Internacionais nas diferentes profissões, bem como de poder exercer suas aptidões, gostos e interesses. O segundo aspecto motivador para a realização de estágios é o interesse e/ou necessidade de obter alguma emancipação financeira em relação à família. Custear, por necessidade ou vontade, parte dos custos da sua educação e da sua vida cotidiana é um aspecto importante, especialmente para estudantes bolsistas ou para os que se mudaram para a cidade de São Paulo, muitas vezes vindos(as) de cidades do interior, para realizarem seus estudos universitários. O número de bolsistas dos mais variados tipos representa em 2015 cerca de 20%[2] do total de estudantes do curso de Relações Internacionais.  Por fim, um terceiro aspecto desta motivação se refere ao interesse do estudante, que já tem clareza sobre a área específica na qual pretende se desenvolver profissionalmente, e investe nesta trajetória, especializando-se. Muitos deles acabam garantindo, por isso, sua efetivação em tais empresas mesmo antes de completarem a graduação. Nenhum destes aspectos é excludente. De fato, são, por muitas vezes, complementares.

O panorama dos estágios entre os estudantes do curso de Relações Internacionais releva uma inserção sólida, qualificada e diversificada. O curso de Relações Internacionais da PUC-SP tem, neste 1º semestre de 2015, 696 estudantes.[3]Destes, 323 estudantes estão em fase de realização de estágio, previsto e incentivado pelo projeto pedagógico a partir do 5º período do curso, ou seja, a partir do início do 5º semestre. Há ainda que se ter em conta que, destes, 18 estudantes estão realizando intercâmbio internacional pelo curso de Relações Internacionais e, portanto, não poderiam estar estagiando.[4] Isso significa que existiam, no 1º semestre de 2015, 305 estudantes aptos a realizarem estágios. O gráfico 1 expressa a relação entre este universo de estudantes aptos a estagiar e os que estão estagiando, que representam 189 estudantes, ou seja,62%.

GRÁFICO 1 – Estudantes com estágio a partir do 5º período do curso de RI (2015), retirados os intercambistas[5]

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Outras duas informações podem ser agregadas e são relevantes à compreensão deste universo dos estágios no curso de Relações Internacionais da PUC-SP. O primeiro deles diz respeito ao fato de estudantes eventualmente realizarem estágio não remunerado no terceiro setor, em organizações da sociedade civil e que, por sua natureza, não passam pelo registro da , nossa fonte de pesquisa. É difícil precisar a quantidades destes estágios. O mesmo ocorre com estudantes que são efetivados nos seus trabalhos, trabalhando sob outros regimes (CLT ou autônomo) que não o da Lei de estágios. Há, ainda, atividades tais como a do PET-RI ou da , nas quais estudantes desenvolvem competências e habilidades similares às dos estágios, mas que não se enquadram nesta designação.

Outras duas informações podem ser agregadas e são relevantes à compreensão deste universo dos estágios no curso de Relações Internacionais da PUC-SP. O primeiro deles diz respeito ao fato de estudantes eventualmente realizarem estágio não remunerado no terceiro setor, em organizações da sociedade civil e que, por sua natureza, não passam pelo registro da , nossa fonte de pesquisa. É difícil precisar a quantidades destes estágios. O mesmo ocorre com estudantes que são efetivados nos seus trabalhos, trabalhando sob outros regimes (CLT ou autônomo) que não o da Lei de estágios. Há, ainda, atividades tais como a do PET-RI ou da , nas quais estudantes desenvolvem competências e habilidades similares às dos estágios, mas que não se enquadram nesta designação.

Outras duas informações podem ser agregadas e são relevantes à compreensão deste universo dos estágios no curso de Relações Internacionais da PUC-SP. O primeiro deles diz respeito ao fato de estudantes eventualmente realizarem estágio não remunerado no terceiro setor, em organizações da sociedade civil e que, por sua natureza, não passam pelo registro da Central Geral de Estágios da PUC-SP, nossa fonte de pesquisa. É difícil precisar a quantidades destes estágios. O mesmo ocorre com estudantes que são efetivados nos seus trabalhos, trabalhando sob outros regimes (CLT ou autônomo) que não o da Lei de estágios. Há, ainda, atividades tais como a do PET-RI ou da Empresa Júnior de Relações Internacionais (PRISMA), nas quais estudantes desenvolvem competências e habilidades similares às dos estágios, mas que não se enquadram nesta designação.

Esses dados demonstram a consistente entrada de estudantes do curso de Relações Internacionais da PUC-SP no mercado de trabalho como estagiários. Analisamos, abaixo, as características variadas destes estágios, tanto no que se refere ao tipo de empresa, quanto às atividades nelas desenvolvidas, exprimindo o caráter formador e interdisciplinar da área de Relações Internacionais.

AS ÁREAS DE ESTÁGIO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS, SUAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

Estudantes do curso de Relações Internacionais da PUC-SP têm tido, nos últimos anos, oportunidades cada vez maiores e mais diversificadas de atuação no mercado de trabalho. A cidade de São Paulo congrega uma enorme quantidade de opções, em empresas públicas e privadas, bem como no terceiro setor, para a realização de estágios. O gráfico 3 mostra a evolução do número de estágios nos últimos três anos com uma tendência de alta significativa.

Gráfico 2. Evolução do número de estágios firmados por ano em Relações Internacionais (2012-2015)*


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*2015 é uma projeção em função dos dados dos anos anteriores.

Avaliamos que ele explicita três tendências complementares. A primeira diz respeito ao aumento gradativo e constante das oportunidades de estágios na cidade de São Paulo e adjacências. A segunda tendência diz respeito à maneira pela qual o mercado de trabalho tem percebido as possibilidades de inserção do profissional da área de Relações Internacionais em diversos ramos de atividades e setores da economia. Por fim, o gráfico ainda indica a constante valorização do estagiário de Relações Internacionais oriundo da PUC-SP, fato expresso em outros índices, tais como o RUF da Folha de São Paulo, que, a partir de pesquisa Datafolha com quase dois mil profissionais da área de recursos humanos, identificou o curso de Relações Internacionais da PUC-SP como um dos quatro mais bem avaliados pelo mercado de trabalho em todo o Brasil.

Para a compreensão qualitativa desses estágios realizados por estudantes de Relações Internacionais da PUC-SP, foi realizada a análise de todos os 165 contratos vigentes em 2014 por ocasião da pesquisa realizada pela equipe do PET-RI. Deste processo surgiram as seguintes informações.

  1. O maior número de estágios do curso de Relações Internacionais está concentrado em estudantes com idade entre 20 e 22 anos, quase 70%.

Gráfico 3. Idade dos estagiários do curso de RI (2015)


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  1. A distribuição dos estágios entre homens e mulheres é desigual. São 111 mulheres (67%) realizando estágios e 54 homens (33%). No entanto, esta distribuição é próxima ao padrão encontrado no curso de Relações Internacionais, que, tendo em conta o número total de estudantes, tem 61% de mulheres e 39% de homens.

  1. O valor da remuneração dos estágios varia entre R$ 364,00 e R$2.180,00. Destes, 18,5% recebem o correspondente a até um salário mínimo (R$788,00), 65% recebem entre um e dois salários mínimo (R$788,00 e R$1.576,00) e 16,5% recebem acima de dois mínimos. A média de remuneração dos/das estudantes é cerca de R$1.200,00.

  1. A distribuição entre os turnos indica a importância do turno noturno para a realização de estágios, ainda que haja horários de trabalho que comportam a manutenção do estudante nos turnos matutino e vespertino. Entre os estudantes que estão realizando estágio, 5% estão matriculados no turno vespertino, 23% estão matriculados no turno matutino e 72% no turno noturno.

  1. O que se refere à relação entre estágio e semestre do estudante no curso, os dados indicam que 63% estão entre o 5º e o 8º semestres do curso e 37% estão entre o 1º e o 4º semestres. Reafirmando a indicação de que estudantes são incentivados a assumir tais atividades a partir do 2º ano do curso de graduação.

  1. A maioria dos estágios foi obtida com a intermediação de alguma empresa, representando 70,7% deste universo de estudantes. As três empresas mais importantes neste quesito são a NUBE, o CIEE e a própria CGE da PUC-SP. A Tabela 1 mostra que somente 29,3% dos estágios foram obtidos por vias alternativas.

TABELA 1. Intermediação de empresas de integração para obtenção do estágio

FrequencyPercentValid PercentValidSem intermediação4829,329,3NUBE116,76,7CIEE5936,036,0CGE3923,823,8Outros74,34,3Total164100,0100,0

SETORES DOS ESTÁGIOS DOS ESTUDANTES DE RI DA PUCS-SP

Após esse panorama sobre as informações obtidas a respeito dos estágios no curso de Relações Internacionais procedemos a uma análise qualitativa das atividades desenvolvidas pelos estudantes, destacando competências e habilidades requeridas. É possível destacar três grandes áreas ou setores de atuação no qual estudantes do curso de Relações Internacionais estão realizando estágios: (1) setor público,(2)terceiro setor ou setor da sociedade civil organizada e (2) setor privado.

Na distribuição dos estágios entre esses setores de atividades se destaca a importância da iniciativa privada. Dos 165 contratos analisados pela equipe de pesquisa do PET-RI, 136 são da área privada (82%), 19 são vinculados ao setor público (11,5%) e 10 são do terceiro setor (6%). Há que se ter em conta, no entanto, que no terceiro setor ocorre o maior número de estágios voluntários. Como esta modalidade de estágio não precisa ser formalizada na CGE da PUC-SP, os dados ao seu respeito são imprecisos e, portanto, eles não foram contabilizados nesta pesquisa. Isso impacta para baixo a quantidade de estágios deste setor.

No que se refere às habilidades solicitadas de quem estagia há um aspecto comum a todas as três áreas: a demanda pelo processamento das informações obtidas por diferentes meios – jornais, revistas, relatório, reuniões, eventos, mídias sociais e etc. -, de maneira a transformar essa “matéria bruta” em conhecimento e vantagens para as instituições. Ainda sobre este aspecto, destaca-se tanto a necessidade de conhecimento sobre o contexto doméstico do país, quanto sobre a interface entre este e o cenário internacional, sempre com o viés previsto pela atividade fim da instituição contratante, seja relacionada às finanças, ao comércio, ao desenvolvimento institucional ou aos temas sociais.

Vejamos alguns aspectos específicos dos setores em que os estudantes estão desenvolvendo estágios.

SETOR PÚBLICO

Neste setor, os estágios têm sido realizados em secretarias municipais e estaduais, no escritório do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo, na Receita Federal e em consulados de diferentes países. Os departamentos destes órgãos que acomodam os estágios de Relações Internacionais da PUC-SP são diversificados, de departamentos financeiros, comerciais, administrativos até departamentos de desenvolvimento e de direitos humanos.

As habilidades requeridas dos/das estagiários/as se relacionam à capacidade de planejamento, domínio de procedimentos de pesquisa, conhecimento de língua estrangeira, capacidade de expressão escrita, competência para executar projetos, base cultural ampla que possibilite a compreensão das questões nacionais e internacionais no seu contexto político e social, capacidade de negociação e de construção de cenários.

Destacam-se, por recorrência e especificidade, as seguintes atividades:

  1. Planejamento e suporte na organização de reuniões e eventos políticos e comerciais com entidades nacionais e internacionais.

  2. Pesquisas sobre legislações nacionais e internacionais, sobre informações financeiras, sobre investimentos estrangeiros e nacionais, sobre mercado.

  3. Manutenção e atualização de banco de dados das entidades.

  4. Elaboração de relatórios.

  5. Prestação de assessorias temáticas.

  6. Atendimento e relacionamento interpessoal (networking).

  7. Tradução de documentos.

  8. Elaboração de documentos técnicos (aduaneiros, por exemplo).

  9. Consulta a instituições internacionais e órgãos governamentais.

TERCEIRO SETOR

Neste setor, os estágios têm sido realizados em institutos de educação e centros de estudo sobre temáticas sociais e de cooperação internacional, tais como o Centro de Estudos e Cooperação Sul-Sul, o Instituto Paulo Freire, o Instituto Alana e o Instituto Global Attitude, ONGs focadas em distintas temáticas, tais como a CARITAS, o Instituto Trabalho Terra e Cidadania, a Conectas Direitos Humanos, o Sou da Paz, entre outras.

Os departamentos destes órgãos que acomodam os estágios de Relações Internacionais da PUC-SP são os de prestação de serviços, desenvolvimento institucional, pedagógico, pesquisa e assessoria.

As habilidades requeridas dos/das estagiários/as se referem ao domínio de procedimentos de pesquisa, formulação e execução de projetos, conhecimento de língua estrangeira, capacidade de expressão escrita, base cultural ampla que possibilite a compreensão das questões nacionais e internacionais no seu contexto político e social, postura crítica com relação a argumentos, evidências, discursos e interpretações sobre eventos e processos internacionais.

Destacam-se, por recorrência e especificidade, as seguintes atividades:

  1. Monitoramento de atividades de atores nacionais e internacionais.

  2. Pesquisa de conteúdos e elaboração de análises e relatórios.

  3. Suporte às dinâmicas de comunicação da organização.

  4. Estabelecimento de parcerias.

  5. Elaboração de projetos.

  6. Prospecção de recursos.

  7. Assessoria em temas da área internacional.

  8. Elaboração de orçamentos.

  9. Produção de material institucional.

  10. Manutenção de banco de dados.

SETOR PRIVADO

O setor privado é o maior dos três. No entanto, a composição das empresas que dela fazem parte é extremamente heterogênea. Por este motivo, desmembramos esta categoria em quatro, (a) instituições financeiras, (b) instituições educacionais e culturais, (c) câmaras de comércio e associações patronais e (d) indústria, comércio e serviços, com o sentido de auxiliar a compreender melhor este universo

1. Instituições financeiras

Nesta categoria, os estágios têm sido realizados em bancos, tais como o Deutsche Bank, Itaú Unibanco, Rabobank, HSBC, Citibank, Banco do Brasil, BNP Paribas, Bank of America, Santander, entre outros. Nestes órgãos, os estudantes do curso de Relações Internacionais da PUC-SP estão alocados no departamento de crédito, de investimentos, financeiro, comercial, de recursos humanos e de marketing,

As habilidades requeridas dos/das estagiários/as são as de análise, relacionamento interpessoal, domínio de procedimentos de pesquisa, conhecimento de língua estrangeira, capacidade de expressão oral e de elaboração de textos escritos, capacidade para apreender conhecimentos específicos e para resolução de problemas.

Destacam-se, por recorrência e especificidade, as seguintes atividades:

  1. Relacionamento e apoio a clientes.

  2. Análise financeira de empresas e de créditos.

  3. Atendimento a multinacionais.

  4. Apoio ao processo de admissão de pessoal.

  5. Desenvolvimento de indicadores.

  6. Realização de pesquisas e elaboração de relatórios.

  7. Planejamento e organização de eventos.

  8. Gestão de projetos.

  9. Coleta de dados e análise do mercado imobiliário e do mercado financeiro e de capitais.

  10. Auxiliar no setor de importação e exportação.

  11. Preparo de material para reuniões, apresentação de conteúdos para público interno e para clientes.

2. Instituições educacionais e culturais

Nesta categoria, os estágios têm sido realizados em locais tais como o Colégio Bandeirantes, o Memorial da América Latina, o SENAC e a própria PUC-SP, entre outros. Nestes órgãos, estudantes do curso de Relações Internacionais da PUC-SP estão alocados no departamento de crédito, de investimentos, financeiro, comercial, de recursos humanos e de marketing,

As habilidades requeridas dos/das estagiários/as são as de planejamento, domínio de procedimentos de pesquisa, conhecimento de língua estrangeira, elaboração de textos escritos, base cultural ampla que possibilite a compreensão das questões nacionais e internacionais no seu contexto político e social, postura crítica com relação a argumentos, evidências, discursos e interpretações sobre eventos e processos internacionais.

Destacam-se, por recorrência e especificidade, as seguintes atividades:

  1. Preparação de aulas sobre conteúdos de Relações Internacionais.

  2. Auxílio à direção pedagógica das instituições de ensino.

  3. Elaboração de artigos de divulgação de conteúdos.

  4. Pesquisas de dados, conteúdo e casos relevantes.

  5. Apoiar atividades de cooperação institucional.

  6. Atendimento ao corpo consular e autoridades executivas e legislativas de países latino-americanos.

  7. Organização e acompanhamento de eventos.

  8. Elaboração de projetos de internacionalização de empresas, comércio internacional.

  9. Consulta às instituições internacionais.

  10. Realização de apresentações para contatos internos e externos.

3. Câmaras de comércio e associações patronais

Nesta categoria, os estágios têm sido realizados nas câmaras de comércio de diferentes países, tais como Holanda, Canadá, Alemanha, França, bem como em associações patronais ou similares, tais como a FIESP, ANCHAM e WTC Bussiness Club. Nestes órgãos, estudantes do curso de Relações Internacionais da PUC-SP estão alocados no departamento de comércio exterior, de relações institucionais e governamentais, comercial e de assuntos associativos.

As habilidades requeridas dos/das estagiários/as são as de planejamento, relacionamento interpessoal, domínio de procedimentos de pesquisa, conhecimento de língua estrangeira, capacidade de expressão oral e elaboração de textos escritos, base cultural ampla que possibilite a compreensão das questões nacionais e internacionais no seu contexto político e social, capacidade de negociação e de construção de cenários.

Destacam-se, por recorrência e especificidade, as seguintes atividades:

  1. Levantamento de informações sobre países e autoridades.

  2. Contatos com representantes e empresas nacionais e internacionais.

  3. Organizar seminários, eventos comerciais e vindas de delegações internacionais.

  4. Auxiliar processos de internacionalização de empresas.

  5. Pesquisa sobre a dinâmica comercial entre países e sobre oportunidades comerciais.

  6. Acompanhamento de projetos.

  7. Elaboração de relatórios e apresentações.

  8. Participação em palestras e seminários.

4. Indústria, comércio e serviços

Nesta categoria, os estágios têm sido realizados em uma variedade de ramos da iniciativa privada. Alguns exemplos das empresas desta categoria são: Johnson & Jonhson, Suzano Papel e Celulose, Avon Cosméticos, Samsung, BASF, Pepsi-Cola, Volvo Cars Brasil Importadora de Veículos, Caterpillar, IBM, AGFA Gavaert do Brasil, Danone, Gerson & Grey Serviços, Acoem, Sustainable Carbon, M.Z Consult Serviços e Negócios, Sap do Brasil, Kroll Associates Brasil, LTD (consultoria redução de riscos), Unilever, Li & Fung Trading, Importação e Exportação, Aliança Navegação e Logística, Aboissa Óleos Vegetais, ICC Industrial Comercio Export Import, Sankyu Logistics, Broggini do Brasil Consultoria, Crown Worldwide, Libbs Farmacêutica, Fiorde Assessoria e Despachos, Raizen Energia, Eli Lilly Do Brasil, Wallenius Wilhelmsen Logistics.

Nestas empresas estudantes do curso de Relações Internacionais da PUC-SP estão alocados em diversos departamentos, tais como de recursos humanos, financeiro, de treinamento em vendas, administrativo, comercial, de consultoria internacional, de maketing, de exportação, de comunicação, de inovação, de pesquisa e desenvolvimento, de logística, de serviços, de relações institucionais, entre outros.

As habilidades requeridas dos/das estagiários/as são as de planejamento, relacionamento interpessoal, domínio de procedimentos de pesquisa, competência para formular e executar projetos, conhecimento de língua estrangeira, capacidade de expressão oral, elaboração de textos escritos, base cultural ampla que possibilite a compreensão das questões nacionais e internacionais no seu contexto político e social, capacidade de negociação e de construção de cenários, capacidade de tomada de decisões, avaliação de negociações e de resolução de problemas.

Destacam-se, por recorrência e especificidade, as seguintes atividades:

  1. Acompanhar contratos de compra e venda, transações comerciais de exportação e importação, coordenação logística de mercadorias.

  2. Elaborar planilhas de custos de produtos, fretes e dados cadastrais de clientes.

  3. Acompanhar informações das dinâmicas nacionais e internacionais relacionadas à empresa (movimentações e taxas de importação e exportação, projetos de lei no âmbito governamental, mídias sociais, cotações de preços de produtos junto a fornecedores).

  4. Realizar contato e reuniões com agências do governo brasileiro e de outros países.

  5. Elaborar campanhas de comunicação para a área de recursos humanos, executar planos de comunicação institucional, assessorar os planos de marketing e elaborar newsletters.

  6. Controlar documentações comerciais e financeiras.

  7. Relacionar-se com clientes nacionais e internacionais (negociação, identificação de oportunidades e acordos).

  8. Elaborar relatórios;

  9. Analisar dados relacionados ao setor financeiro de países e regiões, à temática da sustentabilidade, ao comércio e à economia internacional.

  10. Elaborar projetos em diferentes áreas (a depender da empresa).

  11. Acompanhar treinamentos, controlar programas de excelência em vendas e consolidar rankings de resultados.

  12. Pesquisar temas importantes à empresa e produzir textos (tais como sobre corporações, contextos políticos dos países e dinâmicas do mercado nacional e internacional, legislação nacional e internacional, aspectos sociais nacionais e regionais).

  13. Preparar e realizar apresentações de conteúdos.

  14. Organizar eventos, videoconferências, feiras e outras ações de promoção comercial.

  15. Auxiliar a gestão de recursos humanos e financeiros da empresa.

  16. Estruturar e alimentar bancos de dados.

  17. Traduzir documentos em geral.

  18. Realizar visitas orientadas a diferentes tipos de empresas

  19. Auxiliar na coordenação de serviços de realocação, envolvendo todas as etapas do processo, da mudança do país de origem até a imigração, treinamento intercultural e gerenciamento de gastos e serviços relacionados.

  20. Estruturar e supervisionar agendas de trabalho.

  21. Acompanhar processos de auditoria.

  22. Preenchimento de documentos técnicos, tais como ordens de serviço, guias de exportação e importação, pedidos de frete e pedidos de compras, documentos aduaneiros.

  23. Prestar assessoria a diferentes equipes dentro das empresas (comunicação, vendas, recursos humanos).

  24. Realizar entrevistas

  25. Controlar orçamentos e outros fluxos financeiros.

CONCLUSÃO

O relatório feito a partir da pesquisa realizada por estudantes do PET-RI apresenta o perfil dos estágios dos/das estudantes do curso de Relações Internacionais da PUC-SP. A partir deste diagnóstico é possível afirmar que o número de estudantes do curso de Relações Internacionais que estão estagiando tem crescido anualmente, alcançando índices elevados. Neste sentido, apesar da realização do estágio não ser uma obrigação curricular prevista no Projeto Pedagógico do curso de graduação, os estudantes compreendem a importância desta atividade para a sua formação.

O perfil preponderante dos/das estagiários/as do curso de Relações Internacionais reflete a distribuição etária e de sexo no curso. A preponderância é de jovens e mulheres estagiando durante a manhã e a tarde, frequentando o curso de graduação no turno noturno e entre o 5º e o 8º períodos. A remuneração dos estágios é variada, mas o maior número deles paga entre um e dois salários mínimos mais benefícios para os estudantes.

Quase 1/3 dos estágios dos/das estudantes do curso de Relações Internacionais foram obtidos sem intermediação de empresas de alocação de estágios. Isso indica que as empresas de alocação de estagiários tem uma importância destacada neste processo, respondendo por praticamente 70% dos estágios obtidos pelos estudantes. No entanto, também indica a relevância de duas importantes dinâmicas do curso de Relações Internacionais da PUC-SP: (a) o trabalho realizado pela coordenação, junto ao Observatório de Relações Internacionais (ORI), de enviar regularmente oportunidades de estágios via e-mail para o corpo discente, promovendo uma vinculação direta com a empresa empregadora; (b) a rede de relacionamentos (também virtual, via redes sociais) que se desenvolve no curso de graduação, propiciando a indicação de vagas por parte de estudantes que já estão estagiando.

No que se refere à distribuição, o setor privado congrega o maior número de estagiários/as do curso de graduação em Relações Internacionais da PUC-SP, ainda que haja um leque variado de oportunidades em diferentes ramos deste setor. Ao que se somam estágios no setor público e no terceiro setor, em número bem menor, mas que garantem grande diversidade de oportunidades e atividades a serem desenvolvidas pelos estudantes.

As atividades que são desenvolvidas em cada um dos estágios são variadas, mas é possível identificar um conjunto de habilidades que possibilitam aos estudantes as realizarem de maneira satisfatória. São elas: conhecimento de língua estrangeira, domínio de procedimentos de pesquisa e análise, habilidade no relacionamento interpessoal, formação política e social ampla, competência para a formulação e execução de projetos, organização e planejamento, capacidade de análise, negociação, construção de cenários, resolução de problemas, habilidade de expressão escrita e oral e capacidade para apreender conhecimentos específicos. Todas essas características devem estar pautadas em uma postura crítica do estagiário, que resulte em propostas de inovação nas áreas em que atua. Entrevistas com estudantes da área de relações interacionais em diferentes partes do mundo indicam a importância desta etapa de iniciação profissional via estágios para uma posterior inserção qualificada no mercado de trabalha, pautada em escolhas e interesses pessoais. Nesta segunda etapa profissional, que deve ser enfrentada pelos egressos do curso de Relações Internacionais, torna-se essencial alguma vivência internacional, experiência em trabalhos anteriores e continuidade dos estudos via cursos de pós-graduação latu ou stricto sensu.

Interessante notar que o Projeto Pedagógico do curso de Relações Internacionais da PUC-SP responde de maneira precisa a essas necessidades, conferindo os instrumentos necessários ou estimulando estudantes na sua busca. Destacamos alguns dos diferenciais desta proposta que têm garantido uma boa avaliação dos profissionais em formação ou formados pelo curso de Relações Internacionais da PUC-SP.

I – Dez disciplinas optativas entre o sexto e o oitavo períodos, distribuídas por áreas de conhecimento específicas (Relações Internacionais, Ciências Sociais, Economia, Direito, outras áreas). O objetivo é conferir maior flexibilidade ao estudante, favorecendo um processo de ensino-aprendizagem que o leve a se tornar sujeito da sua própria formação acadêmica, ampliando, ao mesmo tempo, suas alternativas de aprofundamento em temas de interesse. Com as optativas pretende-se estabelecer uma dinâmica interdisciplinar e criativa de ensinar as Relações Internacionais. Acreditamos que este papel pode ser preenchido por um conjunto de disciplinas optativas e não só obrigatórias. Os conteúdos se diferenciam a cada semestre e procuram situar o aluno dentro dos problemas e de novas perspectivas de resolução que são colocadas na ordem do dia da agenda internacional. Finalmente, as optativas mostram-se um instrumento útil no direcionamento do aluno para o mercado de trabalho e/ou para um campo de interesse particular na área de Relações Internacionais, que possa ser por ele desenvolvido.

II – Doze disciplinas obrigatórias na área de Relações Internacionais formam o eixo fundamental do curso de Relações Internacionais ao longo dos quatro anos (Relações Internacionais: princípios teóricos e processos históricos; Metodologia Científica para Relações Internacionais; Teorias das Relações Internacionais I e II; Política Internacional Contemporânea; Política Externa Brasileira I e II; Inserção Internacional do Brasil; Relações Internacionais e Economia Política; Instituições Internacionais I e II; Segurança e Conflitos Internacionais). Estas disciplinas têm o sentido de dar conta das transformações e dos problemas do meio internacional, bem como para dar expressão aos debates clássicos e contemporâneos da área de Relações Internacionais, situando o estudante neste campo de conhecimentos.

III – Vinte disciplinas de áreas correlatas e de apoio estruturam a formação complementar dos estudantes do curso. Esta perspectiva interdisciplinar na formação do Bacharel em Relações Internacionais é um dos diferenciais que se destacam no curso de Relações Internacionais da PUC-SP. A presença na matriz curricular do curso de disciplinas de diversas áreas afins agregadas ao eixo das Relações Internacionais proporciona aos alunos e alunas que estamos formando uma perspectiva que ultrapassa os limites da ultra especialização. Desta forma, ao mesmo tempo em que adquirem uma formação que contempla as necessidades da carreira particular pela qual optou,  estudantes de Relações Internacionais da PUC-SP tornam-se capazes de lançar sobre a realidade um olhar mais abrangente, aberto à complexidade da vida social. Isto torna o curso de Relações Internacionais da PUC-SP ímpar no país e faz com que privilegie de maneira destacada o caráter interdisciplinar dentro da nossa própria Universidade. Na área mais próxima de Ciências Sociais, são duas disciplinas de Sociologia, duas de Antropologia, duas de História, duas de Ciência Política, somadas a uma de Geografia e uma de Serviço Social. Nas outras áreas do saber destaca-se, primeiramente, a presença de duas disciplinas de Economia e, igualmente, duas de Direito, fornecendo o ferramental básico dessas áreas e conectando-as especificamente às Relações Internacionais. Destacam-se ainda as disciplinas de Filosofia, Linguística, Jornalismo Internacional, Psicologia e duas disciplinas de Teologia.

IV – Quatro disciplinas de formação/aprendizagem, intituladas oficinas de Relações Internacionais. O objetivo destas disciplinas é promover a integração da formação acadêmica com as habilidades requeridas para o exercício das atividades profissionais. Há, assim, a ênfase no enfoque prático, orientado ao desenvolvimento das capacidades de leitura, escrita, apresentação oral e investigação.

V – Atividades extraclasses são incentivadas para a complementação da formação do estudante de Relações Internacionais, como a participação em intercâmbio acadêmico em instituições estrangeiras; monitoria em disciplinas do curso de Relações Internacionais; eventos do curso, da PUC-SP e de outras instituições de ensino; grupos de estudo dentro do curso de Relações Internacionais; Iniciação Científica a partir do segundo ano; representação estudantil dentro do curso (Centro Acadêmico de Relações Internacionais) e em outras instâncias da Universidade; e participação na Empresa Jr. de Relações Internacionais (PRISMA).

VI – Todos os estudantes do curso de Relações Internacionais deverão realizar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para obter o seu diploma. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem a função de consolidar os conteúdos obtidos no decorrer do Curso de Graduação, através da realização de uma pesquisa orientada, propiciando o desenvolvimento da produção de conhecimento que mantenha correlação direta com os conteúdos vistos ao longo da graduação.

VII – A Proficiência em duas línguas estrangeiras é um requisito curricular para a conclusão do curso. Esse incentivo aparece desde a indicação de textos em línguas estrangeiras nas disciplinas obrigatórias e optativas do curso, até a necessidade de comprovação de conhecimento da língua estrangeira para a aprovação nos processos seletivos aos intercâmbios internacionais que a PUC-SP tem hoje (são mais de 30 Universidades estrangeiras conveniadas).

VIII – Atividades Complementares são requisitos curriculares obrigatórios do curso de graduação. Com isso, estimula-se a participação em congressos científicos, seminários, núcleos de pesquisa e atividades na Empresa Júnior (PRISMA) por parte dos/das estudantes como elementos constitutivos de sua formação, dando-lhes inclusive chancela formal.

[1]Este projeto do PET-RI da PUC-SP foi elaborado e se desenvolveu ao longo do 1º semestre de 2014. A equipe de pesquisa foi composta pelos estudantes Beatriz Ribeiro Rivas Martinez, Daniel Marcis Demeter, Lívia Ortegosa Damasceno, Marcela De Castro Tosi e Vivian Landi Villares De Souza.

[2] Dados do Setor de Administração de Bolsas de Estudos (SABE).

[3] Dados do Setor de Atendimento ao Estudante (SAE).

[4] Dados da Assessoria de Relações Institucionais e Internacionais (ARII).

[5] Dados da Central Geral de Estágios (CGE).

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