Da interessantíssima entrevista à Revista Brasileira de Segurança Pública de Marcelo Fabián Saín, intitulada “Gestão da segurança pública na América Latina: campos em diálogo”, podemos destacar pelo menos dois pontos.
O primeiro é que Saín discorda da visão segundo a qual o narcotráfico e sua expansão se dão pela ausência de Estado. Para ele “aí há muito Estado. Nos mercados ilegais existe uma enorme presença estatal, há regulação policial, há participação de atores políticos e policiais locais com essas redes.”
O segundo é seu olhar destoante do senso comum a respeito da segurança pública. O que se crê é que a polícia atua no sentido de proteção dos cidadãos. Saín, por sua vez, vê que, “em geral, o sistema institucional de segurança pública (polícias, justiça e sistemas penitenciários) teve como foco (…) a domesticação, o controle punitivo e o disciplinamento dos setores subordinados e altamente marginalizados (…).” Além disso, chama a atenção para o fato de que “o sistema de segurança pública vem funcionando maravilhosamente bem, com um grau de seletividade enorme sobre todos esses estratos marginalizados”.
Marcelo Saín é, atualmente, deputado provincial de um partido da centro-esquerda na Argentina. É cientista político, com doutorado pela Unicamp. Tem atuação múltipla: professor, pesquisador e gestor de segurança pública.
Leia a íntegra da entrevista aqui.
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